No mercado brasileiro, já é possível encontrar alguns instrumentos de análise comportamental de boa qualidade e confiabilidade. Esses instrumentos trazem uma leitura muito fiel dos comportamentos observáveis do indivíduo.

Não raro é possível encontrar instrumentos que analisam não só os comportamentos das pessoas, mas também o que é necessário, em termos comportamentais, para um desempenho excelente em um cargo específico.
Também é possível encontrar profissionais que possuem um grau de compatibilidade muito alta entre os comportamentos que possuem e o perfil que seria o ideal para o cargo, porém muitas vezes sem apresentar o desempenho esperado.

Um desempenho insuficiente, mesmo com o perfil adequado ao cargo, pode provavelmente ser explicado através de uma análise mais profunda do indivíduo, passando primeiro pela compreensão de que essa pessoa é muito mais do que um gráfico comportamental.

Uma das razões desse desempenho fraco pode ser um baixo nível de engajamento, o qual já pode ser mensurado por ferramentas de assessment baseadas na axiologia formal. Em instrumentos desta dimensão, é analisado qual a clareza que o profissional possui de seus papéis na vida, por exemplo: está claro para esta pessoa, em relação ao seu cargo na empresa, quais são as tarefas e projetos sob sua incumbência, assim como sua abrangência de autoridade e demais responsabilidades?

Este profissional, com o perfil comportamental adequado ao cargo, percebe que seu futuro e a realização de seu pleno potencial passam pela empresa em que trabalha?

As perguntas acima, quando recebem respostas afirmativas, seriam como dar a partida para o motor dos comportamentos; em caso de respostas negativas, teríamos uma grande perda de potencial, independentemente do tipo de perfil comportamental da pessoa analisada.

Quando uma pessoa não tem clareza do que tem a fazer ao acordar ou ao chegar ao trabalho, temos com grande probabilidade uma situação de vazio, improdutividade, frustração e desengajamento. Por outro lado, quando acordamos ou chegamos ao trabalho com uma visão clara do que se quer e para onde ir no futuro, tem-se a verdadeira iniciativa e um engajamento muito maior, uma provável sensação de estar com o pulmão repleto de puro oxigênio e com o coração a toda potência.

Perfil DISC, ou outros de origem comportamental funcionam, mas não explicam tudo.

Autor: Alexandre Ribas