A ferramenta DISC não ouve, pensa, sente, fala ou decide. Ela, quando funciona, organiza e representa, normalmente de forma gráfica, o que já está na pessoa, de forma objetiva e confiável.
Há no mercado muitas ferramentas DISC que funcionam e agregam muito para processos de seleção e desenvolvimento de pessoas, porém é importante salientar que elas existem para contribuir para alguma necessidade, nunca são um fim em si mesmo. Estas necessidades podem ser:
- Contratar
- Desenvolver
- Promover de cargo
- Motivar
- Gerenciar
- etc.
Vamos analisar o primeiro exemplo, contratar uma pessoa. É possível, ou seria indicado, uma ferramenta DISC isoladamente dizer se uma pessoa deve ou não ser contratada?
Como seria contratar uma pessoa com um perfil comportamental perfeito para um cargo, porém sem a experiência necessária ou em uma fase de vida com sérios problemas pessoais?
Ser humano é ser complexo, somos compostos de muitas facetas. O desempenho que uma pessoa apresenta, ou pode apresentar na vida ou no trabalho, é a resultante de uma série de variáveis, como:
- Perfil comportamental
- Valores
- Inteligência Emocional
- Competências
- Experiência profissional
- Formação acadêmica
- Conhecimento técnico
- Maturidade
- Saúde
- etc.
Perceba que contratar ou não uma pessoa apenas em razão de uma porcentagem de alinhamento de um perfil comportamental DISC a um perfil de cargo é um risco enorme, ainda que nos itens acima não tenha mencionado a entrevista, talvez a fonte de informações mais importante em um processo de seleção.
As ferramentas DISC servem primariamente para coletar dados de forma organizada e segura, fornecendo informações relevantes a respeito de uma pessoa, para um profissional capacitado no uso da ferramenta, que idealmente irá somar estes dados coletados a outros, e assim usar o próprio discernimento para tomar uma decisão e, obviamente, ser responsável por ela.
Quem decide são pessoas, não instrumentos DISC. Estes existem para apoiar iniciativas e decisões, das pessoas que são responsáveis por utilizá-las.
Gráficos DISC devem ser interpretados, não apenas lidos, devem ser contextualizados e utilizados de forma responsável, tendo em mente que pessoas não são gráficos, elas também possuem sentimentos, emoções e sonhos, além de serem compostas de inúmeras dimensões, as quais, em sua somatória, geram os resultados que desejam ou que as empresas nas quais trabalham esperam.
Autor: Alexandre Ribas